Topologia dos nós com Thatyana Pitavy

Coordenação: Diretoria de ensino e transmissão
Responsáveis: Flavia Melo, Maria Idália de Góes e Paula Mancini Ribeiro
Horário: sextas-feiras, de 9h a 10h30 (ou de 10h a 11h30, no período de horário de verão na França)
Meio de encontro: plataforma Zoom

“Sabemos que Lacan não fez do nó borromeano um modelo científico, mas é claro que ele fez deste nó uma escritura. Uma escritura nodal, que tenta uma abordagem estrutural do sujeito, que tenta agarrar e escrever um real. Qual real? Um real que nos coloca para trabalhar, um real que vem da nossa prática. Parece-me que é sempre esse real que temos que tentar apanhar. Em todo caso, foi a partir desse real que Lacan se propôs a elaborar sua teoria. (…) Existe também um outro avanço borromeano, já que com o nó borromeano o real pode ser reescrito, ele não é mais o impossível a dizer e nem a imaginar. Ele ‘é o possível enquanto se espera que seja escrito’ – isto está no seminário L’Insu que sait (LACAN, 1976/77).”
“Uma ética da topologia?” (Pitavy, 2021)

A proposta desta atividade surge de um interesse de colocar em operação as ferramentas da topologia dos nós na condução dos tratamentos. Um exercício novo para muitos de nós, e bastante instigante, podendo ser um ponto de inflexão na prática analítica.

Contaremos, neste exercício, com o endereçamento à Thatyana Pitavy, analista da Association lacanienne internationale (ALI). Para Thatyana, a topologia pode ser considerada um progresso técnico na direção e no final de uma cura, visto que ela nos permite ler e escrever a clínica que encontramos hoje, uma clínica em movimento. Com o nó borromeano, um novo lugar ao gozo, aos gozos, o gozo fálico se torna um gozo como os outros, sem centralidade. Nos interessa investigar e recolher que consequências um trabalho clínico com estas balizas pode produzir em nossa prática.

A atividade contará com a seguinte estrutura:

• Encontros mensais com a presença de Thatyana Pitavy, nos quais haverá uma alternância: em um mês ela nos trará uma situação clínica e, no mês seguinte, o trabalho partirá de um caso levado por algum participante da atividade. Não é necessário que a questão clínica já esteja recortada pela topologia. O trabalho que faremos juntos visará, justamente, a uma abordagem topológica dos elementos.
• Encontros mensais de repercussão, nos quais teremos o espaço e o tempo de desdobrar o trabalho ocorrido com ela entre nós – quinze dias após – de modo que possamos formular nossas questões, encaminhar as formulações que surgiram a partir delas, exercendo-nos, cada um, com as ferramentas topológicas propostas por Lacan.